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quimeras na bagagem

  para A. 1. o amigo partiste em silêncio como quem respeita  o peso das palavras      não houve adeus somente a ausência   tomando de um gole  seco inteira a casa  colecionavas quimeras não como quem  foge, mas como quem insiste   guardavas sonhos em cadernos gastos     papéis soltos menores do que silêncio     caixas em madeira cheirando a cinzas falavas de coisas desconhecidas para o mundo:       um peixe que voava reflectindo a lua     uma estrada que levava até a infância     um amor que não cobrava  passagem      enquanto todos reclamavam provas -      trabalhavas o malabarismo  do encanto:      curvas sem tempo pequenos gestos   agora que partiste - repouso  inquietas     as quimeras presas em meus bolsos não sei o que fazer com elas -  algumas    ainda serpenteiam pelas veias ...