Amanhã
o telefone grita ecoa no vazio o cigarro queima a vida em mortalhas se amanhã viesse algum sentido faria ontem devora o tempo tudo engole a garrafa vazia ri sem perguntas a parede escuta o silêncio do riso hoje é ontem amanhã é nunca o telefone atende o nada: espera sentado sem pressa se ontem fosse hoje &o telefone tocasse amanhã