A Paragem
havia um café chamado A Paragem exactamente atrás de uma paragem de autocarro O vapor no vidro marcava o instante um lugar breve Estórias no ar difíceis de calar Através do vidro o mundo passava Nas mãos um café arrefecia lá fora a espera nunca parava a pausa era o que ali habitava O cheiro forte da rua nunca parava uma prisão entre dois cais uma paragem mais longa que a vida onde o tempo não buscava sinais Havia um café escuro vazio perdido atrás da paragem esquecido pelos dias Os homens calados bebiam rotinas lá fora o autocarro cuspia ...